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Laura B. Martins

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quarta-feira, janeiro 20, 2010

Ao espelho














É assim que morre o sonho...
o corpo... a alma da gente.
Assim se morre, suponho,
dia a dia, impunemente.

Quem assim tanto repara,
se preocupa ao espelho,
na sua mágoa declara
«desgosto de ficar velho»,

é porque não tem ao lado
alguém para se amparar
e rir, do facto gozado,

de ter tudo a desabar.
Destino é pra ser levado
pouco a sério, a brincar.

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19/10/2005
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

domingo, janeiro 10, 2010

Rosto marcado













No rosto ostento as marcas do destino

e, nos cabelos, os traços dum passado.
Olheiras, são da noite em desatino,
quando os sonhos se deitam ao meu lado.

Encontram-se as tormentas, trovoadas,
no meu leito; tremendas e medonhas.
Esvoaçam na mente, endiabradas
aves de negras penas e vergonhas.


Há finos ramos quais braços desnudados,
iguais a trepadeiras que amarinham !...
São rugas. Amoreiras em valados...
Em vez de frutos darem, me definham.


Cruel destino d'águia sedutora,
em cujas asas me afasto, no infinito.
Voamos livres. Sou eu a condutora
à terra firme presa, num conflito.


Deixam as sombras no olhar entrever
que a rubra boca vai soltar-se, tagarela.
Mas, no receio do que possam dizer,
a sete chaves me fecho: eu e ela!


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9/02/2006
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958