Vivaz, ele se abriu em flores mil.
Milhares, encarniçadas, por florir;
exército perene, para abrir.
As abelhas, felizes, poisam nelas,
num zunzum de mulheres tagarelas.
Um grande abelhão negro que me assusta
adeja, de corpulência assaz robusta.
De folhas verde-escuro meio tapadas,
o jasmineiro explodiu. Entrelaçadas,
as guias galgam rede, galgam muro...
Abrir-lhe a minha porta, conjecturo.
Então, em casa... um perfume que perdura.
Paredes coloridas... de brancura.
Serena música d'abelhas, nos ouvidos;
enfim... inebriados os sentidos.
Suave Primavera que te ufanas
de chamares as flores, como te enganas!...
Já Portugal se vestiu duma cor quente...
e o 21 de Março, ainda ausente.
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14/03/2003
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958