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Laura B. Martins

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sábado, janeiro 20, 2007

Fogo






Eu vi... Portugal inteiro,
tomado pela emoção
quando, em Verão traiçoeiro,
esta terra num braseiro
se tornou, chorar em vão.

Porque o fogo, às escondidas,
brincava com todos nós.
Lambia as casas perdidas,
galgava serras, vencidas,
vinha... ao som da nossa voz.

É um bandido bonito,
assassino aterrador,
medonho e lindo; o maldito.
Acendem-no com um fito:
ver-lhe a beleza, o fulgor.

De línguas mil, o malvado,
é belo de estarrecer.
Labaredas de encarnado
e amarelo que, a correr,
lhe sustentam o bailado.

Serpenteia na floresta,
d'arvoredo centenário.
Eleva-se, ruge em festa,
colorido, desembesta.
Combatê-lo é um calvário.

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14/09/2003
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Eu vi! Era assim...



Eu vi! Era assim... Quem dera que se mantivesse ainda!...
Paisagem de Primavera, Verão, Outono; tão linda
que o Inverno, se pudera, lá ficava... na berlinda.

Ninguém o tomava a sério. E a paisagem brincava
com quem, por gosto, critério, neve escolhia; pasmava,
na brancura do mistério que, ao sol, tanto calor dava.

Era assim o meu país... florestas, serras e prados
à mercê de quem mal quis. De Norte a sul, desvairados,
traçando uma bissectriz nos dividiram... queimados.

Foi numa linha de fogo que a minha pátria sangrou.
Em mãos criminosas; jogo, (que Portugal abalou),
de gato e rato. Um rogo pela chuva, se elevou.

Eu choro e me comovo com tudo que, de ruim,
fizeram à terra. O povo, seguirá em frente, sim.
Verá um Portugal novo quem pretendeu dar-nos fim!
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18/08/2003
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958