- Serão quantas as gerações futuras?
Estas e outras perguntas, já maduras
de tanto pensarmos nelas, mas em vão
nos assolam a mente entorpecida.
Talvez por estar chegando o fim da vida,
tolda-se o pensamento e a visão.
Há um momento certo para tudo.
Não terás, tu, razão pra ser telhudo
ou eu, por utopias abraçar.
Está no meio a virtude, e a balança
não deverá pender para quem cansa
nem para quem tem pressa de avançar.
Sentemo-nos sem zangas, alaridos
e organizemos ideias. Prometidos
estão, desde já, os rumos a traçar.
Façamos um poema à razão
e, com os pés bem assentes no chão,
vejamos porquê tanto discursar.
Até agora, tudo que escrevi
foi conversa política. Bem vi
palavras serem somente, a acumular.
Igual aos governantes que hoje falam;
confundem-nos, e a verdade calam.
Fecham o microfone a terminar.
blá… blá… blá… blá…
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18/11/2003
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958
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