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Laura B. Martins
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sábado, março 20, 2010
Quanto basta(q.b.)
Já nada espero da vida;
pra mim, tem sido madrasta.
De felicidade havida,
nem sequer um q.b. (quanto basta).
Das mãos cheias de esperanças
com que vim a este mundo,
só me restam as lembranças;
e, no passado me afundo.
Estrelas, vejo-as no céu.
Hoje, já nem as alcanço.
Sonhos, saco que rompeu.
Faço da vida o balanço.
Recordações, quantas tenho
no meu baú, bem guardadas?
De pensar nelas me abstenho.
Tremo de as ver desbotadas.
Vejo-as desfeitas, em pó;
e, perdendo as estribeiras,
eu morro. Vestem-me só
um lençol sem algibeiras.
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20/03/2005
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958
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