
Branca neve nos cabelos...
flores d'árvores, no chão.
Ninguém ouve os meus apelos...
Os meus ais, como contê-los?...
É gelo, o meu coração!
Se as pisarem, pisem leve;
porque as almas são mimosas
e, pisá-las, ninguém deve.
São um tapete tão breve...
de brancuras perfumosas.
Lindas e infelizes filhas
de mãe árvore possante.
Seus destinos - a mantilha,
natureza-maravilha,
que até na morte é fragrante.
Ai, de mim... ai, do meu ser...
Ai, de quem não tem amor...
Viver feliz não poder...
agnóstica, em ninguém crer...
Cinzento, é a minha cor!
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12/09/2004
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958