
Rua minha, tão pequena,
comparada co'a Avenida...
Se ainda tenho uma rua,
podes dizer: - Sorte sua!...
A minha é desconhecida!
Calado, pensas dizer-me
que o alto prédio, erecto,
alberga gente que tem
para contigo desdém,
porque vives sem um tecto.
Pensas: - Lá vivem os bons...
aqueles que te dão esmola!...
E, atrás da sua vidraça,
nem dão conta de quem passa...
vivem p'la mesma bitola.
Tão pequena e sossegada,
a minha rua serena
é o motivo desta queixa.
Mas, nela o porteiro te deixa,
pernoitar junto à empena.
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10/09/2004
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958
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