
E vêm-se as mulheres nos toilettes
pintando os lábios e os olhos; marionettes,
julgando-se melhores, com verniz.
Ajeitando os cabelos nos espelhos,
algumas, cujos rostos estão velhos,
empoam rugas e o brilho do nariz.
Preferem cores pretas, porque encobrem
muito mais as imperfeições. Até descobrem
que a moda é «andar sempre faminta».
De saltos altos, e artrite nos joelhos,
do médico, não seguem os conselhos;
revêm-se na magreza... duma cinta.
Riem como se a vida não pesasse;
e, aquela falsa alegria retirasse,
os desacertos do amor e da família.
Observo-as, de cabelo colorido;
ao lado, um homem calado, o marido
que pensa, talvez, em dar-lhe chá de tília.
É o Ponto d'encontro da mulher.
Jovem, (idosa que seja), se puder
aos homens novos truques aplicar
será eterna Eva, pobrezinha.
Feliz, moderna, mostra-se à vizinha;
finge pra amigas que não esteve a chorar.
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27/10/2003
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958
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