Era um pequeno pinheiro verde claro,
meio seco num vaso, moribundo.
Tive dó, retirei-o. Não é raro
morrer-se à vista doutros, sem amparo;
quase ninguém se importa neste mundo.
Num bonito canteiro o enterrei.
Um lado, já completamente seco,
virei-o prà parede. Então, falei:
- Recompõe-te! Água e terra te darei.
Que em ti estas palavras façam eco!
Na companhia das lindas margaridas
brancas, enormes, deixo que o entrelacem.
Sinto apostas latentes nessas vidas...
com beleza retribuem-me as lidas...
E ele cresce, pois não quer que o ultrapassem.
Diariamente o observo e elogio.
Vejo que faz p'la vida e se embeleza.
Reparo: Ele está lindo, verde, esguio.
Afasto-me ensaiando um assobio.
É fácil fazer bem sem muita reza.
-------------------------
17/07/2006Laura B. Martins
Soc. Port. Autores nº 20958
Sem comentários:
Enviar um comentário
Se quer comentar, seja delicado.
Sinto-me no direito de apagar comentários indesejáveis.