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Laura B. Martins

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sábado, março 20, 2010

Quanto basta(q.b.)










Já nada espero da vida;
pra mim, tem sido madrasta.
De felicidade havida,
nem sequer um q.b. (quanto basta).

Das mãos cheias de esperanças
com que vim a este mundo,
só me restam as lembranças;
e, no passado me afundo.

Estrelas, vejo-as no céu.
Hoje, já nem as alcanço.
Sonhos, saco que rompeu.
Faço da vida o balanço.

Recordações, quantas tenho
no meu baú, bem guardadas?
De pensar nelas me abstenho.
Tremo de as ver desbotadas.

Vejo-as desfeitas, em pó;
e, perdendo as estribeiras,
eu morro. Vestem-me só
um lençol sem algibeiras.
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20/03/2005
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

quarta-feira, março 10, 2010

Anjo-Demónio











Dentro de mim, eu sei, há um demónio
que prospera enquanto me arruina.
Se canta, dança e toca num harmónio...
isso já eu entendo - é minha sina!

Sorte de cada um! É complicado
saber o que escreveu Deus, e não leu.
Deixou nas minhas mãos um atestado...
caligrafia que nem mesmo Ele entendeu.

Traçou, com linhas tortas e direitas
nas mãos, quanto lhe aprouve oferecer-me.
E vieram ciganas, contrafeitas,
dizer nada de bom terem pra ler-me.

Ah! Destino cruel, impiedoso!
Ah! Monstro de chifres afiados!
Porque me atiras num charco pantanoso
e me carregas, nas costas, os pecados?

Enquanto isso, tu sondas-me, investigas;
iludes-me, dizendo ser eterno
um caminho de flores. São urtigas!
Pretendes que mergulhe no Inferno!
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11/08/2004
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Primavera invernosa










Que triste se me afigura o céu cinzento
quando nas frinchas das janelas sopra o vento,
a chuva gélida cai no empedrado...

Que triste dia onde o sol não despontou,
só castelos de nuvens arrumou...
de nevoeiro, o horizonte está toldado.

Há nuvens baixas, ao meio cortando a serra;
fantasmagórica paisagem que, na terra,
invade tristemente os corações.

Um avião, lá bem no alto, sobrevoa
a minha casa. Não se vê, somente atroa
os ares, e do sol possui visões!

Fechada no conforto do meu lar
vêm, à mente, os pensamentos assomar,
e conjecturo sobre a felicidade.

Devia ser feliz! Há muita gente
a morar em barracas e, contente,
reage bem à infelicidade!
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24/03/2006
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

quarta-feira, janeiro 20, 2010

Ao espelho














É assim que morre o sonho...
o corpo... a alma da gente.
Assim se morre, suponho,
dia a dia, impunemente.

Quem assim tanto repara,
se preocupa ao espelho,
na sua mágoa declara
«desgosto de ficar velho»,

é porque não tem ao lado
alguém para se amparar
e rir, do facto gozado,

de ter tudo a desabar.
Destino é pra ser levado
pouco a sério, a brincar.

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19/10/2005
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

domingo, janeiro 10, 2010

Rosto marcado













No rosto ostento as marcas do destino

e, nos cabelos, os traços dum passado.
Olheiras, são da noite em desatino,
quando os sonhos se deitam ao meu lado.

Encontram-se as tormentas, trovoadas,
no meu leito; tremendas e medonhas.
Esvoaçam na mente, endiabradas
aves de negras penas e vergonhas.


Há finos ramos quais braços desnudados,
iguais a trepadeiras que amarinham !...
São rugas. Amoreiras em valados...
Em vez de frutos darem, me definham.


Cruel destino d'águia sedutora,
em cujas asas me afasto, no infinito.
Voamos livres. Sou eu a condutora
à terra firme presa, num conflito.


Deixam as sombras no olhar entrever
que a rubra boca vai soltar-se, tagarela.
Mas, no receio do que possam dizer,
a sete chaves me fecho: eu e ela!


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9/02/2006
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Portugal chora

Minha pátria está de luto...
vestindo roupa vermelha.
Num desgoverno absoluto,
o fogo gerou centelha
após centelha e consome
montes, prados e floresta.
Sem haver alguém que o dome,
casas, quintas, nada resta.

Chora Portugal, país
pelo sol atraiçoado
num calor que é chamariz...
Verão amaldiçoado!
Plantaram séries de fogos,
criminosas mãos, de ateus.
Olvidando os nossos rogos,
trovoadas, mandou Deus!

Chora Portugal, que a cor
rubra percorrendo os montes
é um prenúncio de dor...
Esfumaçados horizontes.
Chora Portugal, as tuas
riquezas carbonizadas...
Populações evacuas,
das aldeias calcinadas.

Chora Portugal, os teus
homens sem medo, proscritos;
pelos fogos, quais pigmeus,
pereceram, circunscritos.
Portugal chora! E o povo,
impotente, ouviu dizer
ao governo velho, e novo,
não mais isto acontecer.

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2/08/2003
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

sexta-feira, novembro 20, 2009

Vão trabalhar, malandros!

Dos patetas dos doutores, são tantas as atoardas
que vos digo, meus senhores: São histórias com grandes barbas:

Já estamos habituados a ler jornais, ver TV,
esperando ser informados mas, só broncas, ninguém crê!

Agora é "Flexigurança", dum «primeiro» visionário
que nos faz entrar na dança, deixa o país ao contrário.

Ó Senhor Primeiro Ministro não vá, de novo, ao estrangeiro.
Traz ideias, vem sinistro... O país não tem dinheiro!

Quer comparar Portugal à Dinamarca? À Holanda?
Dê-nos um subsídio igual!... A sua ideia tresanda!!!!!

Proponha uma aliança com cada país citado.
Se houver condições... lá vamos, à procura de ordenado!

Só ficam os reformados aqui, para atrapalhar.
Olhe, pegue aprisionados e ponha-os a trabalhar!?!?!?

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28/11/2006
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores nº 20958

terça-feira, novembro 10, 2009

Molhos de nabos... cunhados!

(vão virar moeda rara, para coleccionadores)
E as cunhas continuam!...
Já parece um folhetim
daqueles bem brasileiros.
Só não me tocam a mim.

Ai, que pena! - digo eu.
Que pena! - dizemos nós.
Chamamo-las, mas não vêm.
Não ouvem a nossa voz.

E há «cunhas» nos partidos,
'inteiros', oposição.
«Cunhas» na vida privada e...
nas Comunidades, não?

São as «cunhas» na Justiça
e na injustiça também.
São d'hoje, ontem, amanhã...
bem «frescas», sabemos bem.

'Frescos' os «molhos de nabos»
infiltrados por aí.
Julgam-me d'olhos tapados?
Não estou, não. Eu bem vos vi!

Topo-os a todos, à légua,
ao longe, ao pé, a dormir.
Por serem 'cunhados' vão
do 'Entroncamento' vir.

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Nabiça nº 000 desta Soc. Port. de Nabos
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1/11/2003
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958
http://laurabmartins13.blogs.sapo.pt
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Este poema merece uma explicação relativa à palavra Entroncamento.
Entroncamento: nome duma terra portuguesa onde é costume aparecerem uns quantos fenómenos.
Ex.: abóboras descomunais, nabos tamanhões, couves gigantes, etc.

sábado, outubro 10, 2009

Natal de «prendas fugitivas»

É mais um ano d'aperto nos cordões
das bolsas. Muito cheios de chavões
abrimo-las, e encontramos 'nada',
Vemos almoços e jantares de pessoas
a comer tantas, tantas, tantas coisas boas...
e pelos pobres passam... mão fechada.

Natal de portugueses despedidos!
As fábricas fechadas, de bandidos
patrões, cuja falência fraudulenta
traz um Natal sem prendas e ilusões.
O pobre não entende, ele, as razões
que o deixam bem mais pobre... e se atormenta.

No sapato, já roto, ao ver o pé,
chora, porque outros há, sem chaminé,
mas que, por dia, até comem uma vez.
Vem da mendicidade o alimento;
mas, este pobre, não encontra sustento
porquanto esconde as faltas, a escassez.

De peditórios é um não acabar mais...
Nas ruas, e centros comerciais,
há gente que nos olha, magoada.
Pobreza envergonhada e encoberta...
De novo, em contentores, vejo aberta
a tampa... e a miséria debruçada.

Também terão só «prendas fugitivas»
aqueles que, reformas punitivas,
recebem todo o ano, mês a mês.
Castigos de quem sempre trabalhou...
durante toda a vida descontou...
Sem dúvida, é um Natal português!

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12/12/2003
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

domingo, setembro 20, 2009

Ministros sem travões

Estava eu tão sossegada,
sentada à mesa, a jantar,
quando a TV, por piada,
deu algo de aos céus bradar.

A notícia era valente.
A TVI, encantada,
mostrava os ministros, gente
sem regras, a andar na estrada.

Na estrada... em povoações...
dentro da própria cidade...
Ministros; sem intenções
mas em actos, de verdade!

Arrancam a mais de 100,
os ministros portugueses
que perderam os travões.
E multas? Nenhumas vezes!?!?

As curvas fora de mão...
ultrapassam p'la direita...
Da carta de condução
pouco, ou nada, se aproveita.

Não se esqueçam desta regra
que, dum ministro, lhes passo:
- Façam todos o que eu digo;
mas, não façam o que eu faço!

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2/04/2004
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

quinta-feira, setembro 10, 2009

Conversa fiada

- Serão quantas as gerações futuras?
Estas e outras perguntas, já maduras
de tanto pensarmos nelas, mas em vão
nos assolam a mente entorpecida.
Talvez por estar chegando o fim da vida,
tolda-se o pensamento e a visão.

Há um momento certo para tudo.
Não terás, tu, razão pra ser telhudo
ou eu, por utopias abraçar.
Está no meio a virtude, e a balança
não deverá pender para quem cansa
nem para quem tem pressa de avançar.

Sentemo-nos sem zangas, alaridos
e organizemos ideias. Prometidos
estão, desde já, os rumos a traçar.
Façamos um poema à razão
e, com os pés bem assentes no chão,
vejamos porquê tanto discursar.

Até agora, tudo que escrevi
foi conversa política. Bem vi
palavras serem somente, a acumular.
Igual aos governantes que hoje falam;
confundem-nos, e a verdade calam.
Fecham o microfone a terminar.

blá… blá… blá… blá…

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18/11/2003
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

segunda-feira, agosto 24, 2009

Receita genial!

Chego tarde! Mas cá estou
a comentar a ementa
que o PS apresentou.
Prato que nem se requenta

Caldinho confeccionado!
Cozinheiro eficiente!
O PSD lesado!
Viva o nosso PRESIDENTE!

Agora, já aprendi
que ao dar riscado o meu voto
pouco ou nada consegui.
A azedo, depois, arroto!

"Tá na cara", (à brasileira),
Presidente espertalhão,
que passou boa rasteira
ao Santana, parvalhão (...)

Não reparou na armadilha
que lhe pregavam, faceiros.
Com sorrisos, a pandilha,
o tramava.. Trapaceiros!

Não soube fazer campanha!...
Estava desorganizado.
E o partido, assim, apanha
nas lonas. Um mau bocado!

Os parabéns, quero dar
ao dono de tal receita.
E, para a confeccionar,
um presidente se ajeita.

Entretanto, reergueu-se,
PS desgovernado.
Deram-lhe tempo: excedeu-se
na campanha. É premiado!

Mas não julguem, meus senhores
que os portugueses são tolos.
Dos votos ficam credores;
deram-nos "papas e bolos" (!?!?!)
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(para quem desconhece o ditado português:
"Com papas e bolos se apanham os tolos"... aqui fica a explicação)
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1/03/2005
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

segunda-feira, agosto 10, 2009

Mudanças à portuguesa!

(Após o 25 de Abril)
Quase... eram horas de mudar!?
Seria inveja daquela paz profana?
Oh! Como a gente não soube apreciar!...
Ter pouco... sem lutar;
ou ter muito sacana!

E a bandeira ao vento flamejando!...
Coitada, a perguntar,
a quantos perturbando?...
Louca mania de mudar, tirando,
(após o 25), tudo do seu lugar.

Quem sabe, as quinas brilhantes,
também se possam vender
a quem oiro parecer?
Já nada é como dantes.
Portugal está a morrer!

Caíram as estátuas. Tabuletas
com os nomes das ruas,
mudaram; quais roletas,
pouco ou nada discretas,
quase ficaram nuas.

E a primeira ponte de Lisboa,
(se bem que doutro nome detentora),
enquanto o Abril soa
rebaptismo apregoa;
que não «d’outra senhora»!

Assim brindarmos, com o país falido,
é certo que a ninguém está agradando.
No todo: CORROMPIDO!
Uma parte... VENDIDO!
Outra parte fechando!...

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25/04/2004
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

segunda-feira, julho 20, 2009

Por isso é que isto está mal!

Apenas um reparo, sr. Mira Amaral
(ex-administrador da Cx. Geral de Depósitos - O Banco do Estado),
que também já foi ministro.
«Nós falamos... a caravana passa... e eles é que recebem!...»
Tubarão à vista!!!!!!!!!!!!!!!!

E não terás tu vergonha, ó mister Mira Amaral,
de ganhar tanto dinheiro estando o país tão mal?

É que 18.000 Euros… não é para qualquer um.
Por muito bom que ele seja... ou que nem faça nenhum!

E, para mais... reformado???? Isto assim é que é ganhar!!!!!
Não há como Portugal, pra boas reformas dar!

Se eu pudesse estar sentada nessa poltrona de luxo,
perguntava-me por quantos vazio têm o buxo.

Preciso é, ter uma lata!... Nem ter cara... ter trombone
pra dizer qu'isto é de Lei. E dizê-lo ao microfone!!!

Se a SIC deu a notícia, foi para todos sabermos
que é grande a pouca vergonha... e disso nos convencermos.

Valha Deus aos portugueses! Valha Deus aos governantes!
As reformas nunca são iguais pra estes tunantes.

E reforma-se o país! Quantas Leis são reformadas?
Mas a estes ordenados ninguém lhes reforma nada!

Talvez, quem mexa nas Leis, tenha medo de fazer
descer o seu ordenado. E, isso, não pode ser!!!!!!

Entretanto, no governo, e fora, tem Amaral
ganhando mais que nós todos. Por isso é que isto está mal!!

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17/09/2004
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

quarta-feira, junho 10, 2009

São Tana Pops

Assim é que eu gosto disto;
Viva o n/Portugal!
É um Club que só visto:
poemas, etc. e tal.

Realmente teve graça
a história d´ "O palrador"
Tem gente que, na desgraça,
consegue ver o melhor.

Assim, mostramos ao mundo
a arte de bem viver.
Poetamos num segundo
as "quadras do desprazer".

Em prosa não tinha ardor
nenhum, a história nefasta
do Ministro palrador:
- Por favor, tirem-lhe a pasta!

Abram-na, e vejam se tem
dentro a fotografia
do Jorginho, ou da mãe,
ou dele cheio d'azia!

Pois só alguém que padece
de maleita figadal,
fazendo o que lhe apetece
nos governa assim tão mal!

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28/10/2004
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

quarta-feira, maio 20, 2009

Abre-te, Sésamo!

  (Ainda o tema dos carros novos)
O tema dos carros novos, tem muito que se lhe diga.
São 112.000 Euros qualquer carrito. Uma figa!

Uma figa é o que a gente deveria de mostrar-lhes:
ou um manguito. Quem sabe, murros na cabeça dar-lhes!?!?!

Cambada de vigaristas... grandes aproveitadores.
Nós todos a pedir esmola e eles feitos doutores.

Pedem carrinhos com muitos extras para passear (???)
A gente julgava que eles só deviam governar (!!!)

Mas se o chefe desta corja, qu'inda agora foi eleito,
já foi 3 vezes de férias... onde estará o defeito?

Talvez se possam juntar (...) aos deputados farsantes
a quem nós vamos pagar «as suas acompanhantes»!

Dantes, eram as esposas quem nos levava o dinheiro;
agora, sempre que embarcam, têm direito a parceiro (!!!)

Ai, Jesus, que Deus nos valha cá nesta «santa terrinha».
Ó emigrantes, não voltem. Cuidem aí da vidinha!

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26/08/2004
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

domingo, maio 10, 2009

Abre-te, Sésamo! (I)

E foi com estas palavras que se abriu o paraíso
para 40 malandros, golpistas e sem juízo.

É possível que não seja este o número exacto,
da corte de quem é rei e nunca foi candidato.

Mas, saiu-lhe a sorte grande, por ter virado prà lua
o assento. O tunante, à coroa chamou sua.

E os ministros sem vergonha querem carros, fazem bulhas.
Todos últimos modelos!... Ai, que cambada de pulhas!

Reinam sobre todos nós - os que estamos na penúria.
Exigem bom, do melhor... Será vaidade? Luxúria?

Está o país nas encolhas: a saúde, a instrução...
Sem dinheiro para nada... O que é da investigação?

Só aumentam os transportes e o combustível também.
Não há quem ponha mão nisto? Certamente que: «ninguém».

Do povo, os passes, então, deixaram de combinar.
Estão tão caros os transportes... que é melhor de carro andar.

Mas o nosso Ali Babá, rodeado dos ladrões,
vai começar a engordar, e grita a plenos pulmões:

O meu corte de cabelo, é do «estilo futebol».
Agora estou no poleiro; de imposições tenho um rol.

Vou-me vingar dos adeptos que torceram o nariz.
Isto é melhor do que a bola! E que se lixe o país!

Bem feito, pra todos nós que elegemos presidente
uma figura de cera. Nem é cera nem é gente!

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25/08/2004
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

sexta-feira, abril 10, 2009

A Quinta das Atrocidades

(leia-se:
O «nosso primeiro» e a Quinta das Celebridades - Santa Ana Popes)

Era bom ter gente fina
em relação ao país;
mas o «Primeiro» não atina;
e acho-lhe pouco verniz.

Já está melhor penteado...
cortou melenas traseiras... (hihihi)
Parece mais educado...
«nas reticências e asneiras».

Calculem que, no discurso,
quando falou de «escalões»,
enganou-se no percurso
e saíram-lhe «os calões»!?!? (hahaha)

Bem sei que é moda actual
comer sílaba à palavra;
«das escolas», por sinal,
«das colas» com que nos trava.

O «Primeiro», nos corredores,
nos Ministros tropeçou.
E a pandilha de doutores
ainda mal começou.

Mas, gosto d'assunto claro
e não falo antes do tempo.
Não quero ser eu que azaro
as lutas no Parlamento.

Quero é vê-lo apresentar
contas - descalçar a bota.
Vê-lo ao país mostrar
se bate co'a perdigota.

E enquanto os portugueses
com a "Quinta" se deleitam...
temos Ministros burgueses
que... em boa cama se deitam.

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12/10/2004
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

sexta-feira, março 20, 2009

Navios de grande calado

(Eleições em Portugal)
O Portas lá foi à vida.
Comprou navios? Embarcou!
Tanto gritou que era sério...
que ninguém o quis. Andou!

Era um grande gastador!...
Comprar, era só rotina.
E os submarinos... Que horror!...
Não lhe cabem na marina!

Mas, deixem-no, não perdeu.
Políticos não se perdem!
Portugueses, aos milhares,
sem trabalho é que não servem.

Qualquer dia está na «mó
de cima», bem descansado.
Um bom emprego, bem pago,
pra ele já está guardado.

Quem ganhou foi o PC,
no meio desta confusão.
Lá subiu uns tantos pontos...
Ganhou-os bem! Dou a mão!

«Dou a mão à palmatória»
porque foi muito falado.
Portugueses estão fartos!!!!
Até votam no «calado»!?!?

O homem perdeu a voz!
Foi um político sério!
Porque é que votaram nele?
Hmmm! Não é nenhum mistério!!!!!!

Cansados de tanta lábia...
das conversas de comadres...
Portugal, já chateado...
calados votam compadres!!!!
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(para quem desconhece o facto: a última parte da campanha do PC
foi realizada sem a voz do seu representante por este se encontrar afónico! hehehe)
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1/03/2005
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores nº 20958

terça-feira, março 10, 2009

Estão confusos, os sentidos


Estão confusos os costumes,
d'alguns homens bem falantes:
políticos, vaga-lumes,
amigos de 'bens sonantes'.

Estão confusos os rancores
do pobre, que só labuta;
e vê, cobertos de flores,
os 'filhos da prostituta'.

Estão confusos empregados
à porta da Assembleia,
em greve; e, o seu deputado,
lá dentro só cabeceia.

Estão confusos? Salazar,
teu tempo era de trabalho!
Não se viam a fechar
firmas de 'patrão bandalho'.

Estão confusos os que pedem
a volta Salazarista;
mas é só porque já fedem
as promessas d'o golpista'.

Estão confusos os irmãos
e compadres portugueses;
porque ninguém dá a mão...
e há cada vez mais burgueses.

Estão confusos, nesta hora
de liberdade fictícia,
os portugueses que agora
nem confiam na polícia.

Estão confusos os heróis
daquém e dalém do mar;
varam luas, varam sóis,
e não conseguem voltar.

Estão, confusos emigrantes,
loucos para regressarem
à terra dos navegantes;
para nela se enterrarem.

Estão confusos, os sentidos...
porque a vida está confusa.
Estão confusos os bramidos
da terra-mãe, da 'mãe lusa'.

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6/12/2003
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958