Mensagem para os visitantes

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Laura B. Martins

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quinta-feira, novembro 10, 2011

Publicidade e bom tempo


Sumiu-se o sol, neste mês de Janeiro,
tão pródigo em neblinas, frio e chuvas.
Mas, quando o sol descobre por inteiro,
sento-me no jardim, retiro as luvas,
o lenço de pescoço, o casacão...
e aproveito este sol de Portugal
cujo calor deixa deliciados
os estrangeiros, de roupa informal,
admiradíssimos por ver agasalhados
os portugueses, com este calorão.

Faz tanto frio na Europa, em toda a parte,
que os atraímos pela publicidade.
Chegam turistas a este baluarte
de sol na rua, em casa frialdade,
por obra prima da "incivilização".
Ser turista, tem as suas vantagens.
E não mentimos em tudo, afinal
está sol, não se perderam as viagens:
«Que bom passar férias em Portugal,
metido em bom hotel e avião!»
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20/01/2006
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

segunda-feira, outubro 10, 2011

Setembro


 


Rompeu o sol, surgiu vitorioso,
entre cúmulos e nuvens carregadas.
Brilhante, deslumbrante, esplendoroso
mesmo com ventos, granizos e geadas. 

Faltou o frio, porque Setembro é calmo e doce,
temperaturas amenas, ar lavado.
Assim seria, se esta semana não fosse
fruto da mão do homem desregrado.

Surgiu o sol, espreitou entre a camada
de nuvens, viu as roupas nos varais.
Nas ruas encharcadas, recolhida,
nariz de fora, muita gente nos portais. 

Então, o sol ralhou; mandou embora
as nuvens negras, a chuva, o temporal.
E disse: Quem manda sou eu, agora
vou secar tudo. Fora o tempo invernal!
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19/09/2002
Laura B. Martins

Soc. Port. Autores nº 20958

 

sábado, setembro 10, 2011

Quatro estações



A Primavera invernosa e friorenta
chegou; mas trouxe a cara rabugenta
de quem derruba pétalas de flores.

As pascoinhas floridas cambaleiam,
anunciam a Páscoa, remedeiam
um frio Inverno enjoado e sem cores.

Tudo que é belo é ameno e colorido.
Assim o julgo eu! Sempre me olvido
da neve, branca e fria, nas montanhas.

E no Verão... Demasiado sol, um calorão
caustica. Dá até a impressão
de nos queimar a pele e as entranhas.

Só do Outono eu gosto realmente.
Castanhos e amarelos, docemente,
invadem-nos os campos e jardins.

As árvores perderam colorido
e, dos frutos, já tudo foi colhido;
mas, novamente, rebentam os jasmins.
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21/03/2006
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

quarta-feira, agosto 10, 2011

Primavera equivocada


O jasmineiro eclodiu, primaveril.
Vivaz, ele se abriu em flores mil.
Milhares, encarniçadas, por florir;
exército perene, para abrir.

As abelhas, felizes, poisam nelas,
num zunzum de mulheres tagarelas.
Um grande abelhão negro que me assusta
adeja, de corpulência assaz robusta.

De folhas verde-escuro meio tapadas,
o jasmineiro explodiu. Entrelaçadas,
as guias galgam rede, galgam muro...
Abrir-lhe a minha porta, conjecturo.

Então, em casa... um perfume que perdura.
Paredes coloridas... de brancura.
Serena música d'abelhas, nos ouvidos;
enfim... inebriados os sentidos.

Suave Primavera que te ufanas
de chamares as flores, como te enganas!...
Já Portugal se vestiu duma cor quente...
e o 21 de Março, ainda ausente.
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14/03/2003
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

quarta-feira, julho 20, 2011

Clima ameno???

Parecem-me, tantas roupas,
folhas de couves tronchudas.
Ai, frio, que não nos poupas.
Vou fugir para as Bermudas!

Eu já nem me sinto gente!
Sou um porquinho engordado,
tal e qual cachorro quente
entre um pãozinho entalado.

As minhas mãos estão feias...
Pinga-me o nariz, gelado...
Uso 3 pares de meias...
Já nem me serve o calçado!

De camisola interior,
cheia de felpas e lã,
oiço na rádio um primor:
- Ventos frios para amanhã!!!!!!

Ligo o ar condicionado
que só faz mal à garganta.
Fica tudo constipado.
Na cama... mais uma manta!

O Inverno assim se passa,
no país de ameno clima.
De dia, um sol que ameaça.
À noite, um gelo se arrima!
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4/02/2007
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores nº 20958

domingo, julho 10, 2011

Envelhecer!














(Envelhecemos como vivemos)


A idade refina o ser humano;
define, exagerando, o intelecto.
Quem era extrovertido, espalha brasas...
não passará decerto, a ser discreto.

Aqueles que, durante a vida toda,
viveram inactivos, preguiçosos...
é certo na velhice se encolherem;
e ficarem parados, ociosos.

Outros, de tão nervosos fura-vidas,
que trabalharam duro a vida inteira...
não envelhecem quietos; mesmo que
um acidente os amarre a uma cadeira.

Ainda há uns outros que pensavam
ser a vida sem regras, ilusões,
e a culpam. Não encontram que fazer...
envelhecendo absortos e podões.

Quem sempre achou um modo de viver
enquanto, distraído, produzia...
decerto, vai ter um envelhecer
a trabalhar; fazendo o que fazia.
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5/2004
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

sexta-feira, junho 10, 2011

Romaria da Saudade - Requiem

(Saudades de Jacoba, desaparecida em 15/09/2002)

Quem relembra um amigo, algures perdido...
num tempo atrás... com as saudades se desgosta.
Seria bom recostar-se e, absorvido,
lembrar-se que a saudade é dor imposta
por quem nos deixa e jaz, adormecido,
no nosso coração. É dor suposta!

Mais uma vez encontro, minha amiga,
doce mensagem que desperta o meu sentir.
Quando o trabalho de pesquisa a isso obriga,
revolvo tudo que consigo reunir.
Há muito tempo está guardada, é antiga;
mas algo, ainda, consegue transmitir:

«Os amigos não morrem nunca mais.
Permanecem intactos na lembrança
de quem os desfrutou; e tão reais,
que até os nossos ais viram bonança.
Porquanto a dor não existe, atabafais
os soluços e o pranto sem tardança!»

Para você, minha amiga, a despedida:
- Desejo-lhe um descanso merecido.
Que a Paz de Deus lhe seja concedida,
tudo nos céus lhe seja colorido;
igual ao ramo de rosas que, doída,
deixo no fim do poema, tão florido.
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20/12/2003

Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958




terça-feira, maio 10, 2011

Aniversário de casamento (40 anos)













Marca as horas um relógio, na estação antiquada.
Tal como eu, um comboio passa vazio, sem nada.

Vejo as linhas paralelas unidas no horizonte.
Passaram 40 anos... Restam-nos rugas na fronte.

Passagens boas e más. Sobras dos nossos destinos:
Dois filhos e a moradia à qual vivemos unidos.

Os filhos seguem à toa. Buscam nas suas raízes
o que puderam herdar... Que os pais, serem mais felizes.

A casa fica de pé. Quando um dia, partilhada,
o recheio será vendido. Nosso? O que sobrar é nada.

Fotografias antigas... (penso nisso, algo repesa).
O futuro é uma gaveta e uma ou duas sobre a mesa.
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24/11/2007
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores nº 20958

domingo, abril 10, 2011

ANIVERSÁRIO! Ai, ai!

Hoje, aniversariei!
Nem vou dizer quantos fiz.
Seis décadas já passei;
mas, olhem que ninguém diz!

Por fora, a gente se enfeita
desde o bâtom ao cabelo.
Por dentro, é que não se ajeita.
É difícil concebê-lo!

Sobe, a perna, um pouco menos.
Doem as costas, enfim!...
Se a quantidade for menos,

da água... queixa-se o rim!
Na boca meto venenos?
O fígado diz que sim!
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22/07/2005

Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

domingo, março 20, 2011

Aniversário!












Fazer anos e mais anos
é ver a vida passar.
Em novos: - Nunca mais chego!
Em velhos: - Irei chegar?

Fiz ano! Que grande seca!
Faço um de cada vez.
Se pensar em ‘fazer anos’,
penso num em cada mês.

Todos juntos, já são muitos.
Mas, tem gente sem juízo:
- Diga lá, quantos me dá?
Que os tirem, é que é preciso!
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6/08/2001
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores nº 20958

quinta-feira, março 10, 2011

Em algum lugar do passado!

É certo possuirmos um passado
que num lugar ou noutro aconteceu.
Enquanto uns desejam voltar a amar,
há outros desejosos de olvidar
que o companheiro ou o amor morreu.

No coração, memórias bem guardadas,
que a imaginação, teimosamente,
insiste em nos fazer avaliar,
com a vida corrente comparar,
aquele amor perdido inda presente.


Mas, ai de nós, se morreu a esperança
de vivermos em pleno o dia a dia.
Por um amor jamais concretizado,
vivemos enganados p'lo passado...
Nem damos por que a vida está vazia!


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04/07/2006
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores nº 20958

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Vozes do Além

Se tentas recrear situações,
verás que o paladar é diferente;
já não serão as mesmas sensações.
Nunca se volta atrás. Vive o presente!

Se as vozes do passado te acompanham
e, escondidas ainda tens, também,
fotografias antigas que emaranham
e te perturbam a vida, sabes bem...

Contabiliza os motivos. Friamente,
acerta a matemática. Futuro
e Passado dispõe na tua mente;

colunas separadas com um muro.
No Deve e no Haver eis, finalmente:
Nada, ao Passado, deves. Te asseguro!

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18/07/2005
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

quinta-feira, janeiro 20, 2011

Tempo perdido...

Recordo quando era nova
e o tempo uma eternidade.
Tinha o dia tantas horas ...
Ai, meu Deus! Quanta saudade!

Pró Natal, faltava muito.
O aniversário, não vinha.
Eu até achava longo
de manhã para a tardinha.

Se tinha uma festa à noite,
de manhã já estava ansiosa
que passassem essas horas
de vida tão preciosa.

Agora, os anos são meses,
as semanas vão-se embora.
Fico triste, hoje, se às vezes,
dou por perdida uma hora!

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17/08/2001
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores nº 20958

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Nós... Duas amigas virtuais!


Lembras-te amiga, do tempo de garotas?
E das partidas... de sermos tão marotas?
Lembras-te amiga, daquelas confidências
que se faziam, com muitas reticências?

Lembras-te amiga, daquele namorado
de quem tu rias, cair por ti babado?
Lembras-te amiga, dos filhos que nasceram
enquanto a gente lia... e-mails, e cresceram?

Lembras-te amiga, das fotos enviadas?
Foram centenas, revistas, comentadas...
Lembras-te amiga, das lágrimas caídas
e dos desgostos, tidos nas nossas vidas?

Lembras-te amiga, de tanta vez dizermos
que nos gostamos, por nos compreendermos?
Lembras-te amiga, dos primeiros cabelos
brancos? Quanto, vociferaste, ao vê-los?

Lembras-te amiga, e minha companheira,
que não me importo de seres brasileira?
Lembras-te amiga, de mostrarem estranheza
outros amigos, porque eu sou portuguesa?

Lembras-te amiga, de tanto desejarmos
secar o oceano e, enfim, nos abraçarmos?
Lembra-te amiga: O amor vence barreiras.
Grandes amigas... derrubam as fronteiras.
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27/08/2003
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Chantagem

Sou aquela despida de roupagens.
Sou aquela que vive no Além.
Sou aquela de quem tu tens imagens
mas, por ti, sente apenas o desdém.

Eram fotos antigas, quando nova,
na ilusão do amor que prometias.
De nada servem, isso nada prova.
Hoje, madura, vejo que mentias.

Chantagem tentas, agora, arrependido.
Mostras as fotos de um amor envelhecido,
não sabes que o AMOR tudo ultrapassa.

O homem que vês hoje, do meu lado,
não quer saber dos erros do passado;
é verdadeiro, não mente quando abraça.
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5/10/2003
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

sábado, novembro 20, 2010

Prendas simples


Costumam ofertar-me flores obtidas,
compradas, numa florista qualquer.
Mas as mais lindas prendas, conseguidas
nos meus aniversários de mulher,

são a «Dama da noite», bem mansinha,
que de flores se recobre, devagar.
E, mal o mês de Julho se avizinha,
estende os ramos; os Parabéns quer dar.


Pejada de florinhas amarelas
perfuma as minhas noites, sossegada.
Mesmo as caídas no chão, eu pego nelas,


espalho-as nos canteiros, repousadas.
De todas, são estas prendas singelas
que duram um Verão, as mais amadas.
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22/07/2006
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores nº 20958

quarta-feira, novembro 10, 2010

Ilusão!

Nessa mulher de costas, meio despida,
prementes brotam chama e labareda.
Não lhe interessa ter corpo de vendida...
nem sabe quantos homens embebeda.

Revê-se em belo corpo, ainda jovem...
ignora a ameaça de amanhã.
Ter rugas... e cabelos que embranquecem...
não lembra à bela jovem cortesã.

Tocam desenfreadas campainhas:
de dois ou três celulares, do gravador.
Nem dão por nada no prédio, as vizinhas,

porque só um tem a chave, o seu senhor;
que vem, pela calada das noitinhas,
tomar dinheiro ganho sem amor.

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1/10/2003
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

segunda-feira, setembro 20, 2010

Males do mundo

O teu versátil modo, perdulário,
é maravilha de vocabulário
cujo lirismo jamais possuirei.
Os meus poemas simples, são apenas
palavras minhas, e nem sempre serenas.
Talvez inveje a tua verve, sim, não sei.

Sei que gosto de ler e usufruo
da tua veia artística; amuo,
pretendendo alcançar-te o pedestal.
Escreve poeta, para que eu aprenda
seguindo a sombra, pela tua senda.
Corrige-me, poeta, se andar mal!

Ensina a ver pelos olhos d'alguém
cuja poesia sempre se mantém
à tona, se o navio naufragar.
Diz-me poeta, como discernir...
Males do mundo... como me evadir
se os olhos nublam e teimam em chorar?

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3/02/2003
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958

sexta-feira, setembro 10, 2010

Salvar um pinheiro


Era um pequeno pinheiro verde claro,
meio seco num vaso, moribundo.
Tive dó, retirei-o. Não é raro
morrer-se à vista doutros, sem amparo;
quase ninguém se importa neste mundo.

Num bonito canteiro o enterrei.
Um lado, já completamente seco,
virei-o prà parede. Então, falei:
- Recompõe-te! Água e terra te darei.
Que em ti estas palavras façam eco!

Na companhia das lindas margaridas
brancas, enormes, deixo que o entrelacem.
Sinto apostas latentes nessas vidas...
com beleza retribuem-me as lidas...
E ele cresce, pois não quer que o ultrapassem.

Diariamente o observo e elogio.
Vejo que faz p'la vida e se embeleza.
Reparo: Ele está lindo, verde, esguio.
Afasto-me ensaiando um assobio.
É fácil fazer bem sem muita reza.
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17/07/2006
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores nº 20958

terça-feira, agosto 10, 2010

Dia de faxina













Ai, que tristeza me dá ao ver um homem deitado!...
Se for cansaço... inda vá! Mas, por preguiça... Coitado!
Pobres de espírito, esquecem de exemplos aos filhos dar.
Filhas, com mães se parecem. Filhos... onde ir copiar?

Há homens que se comprazem no lar: comer e dormirem.
Há mulheres que tudo fazem. As coitadas... que se virem!
Cargas nas costas, tormentos; tanta coisa prà atender.
Martírios de casamentos. Como com eles viver?

Vidas a dois, se desdobram num constante guerrear.
Se os homens sexo lhes cobram... Nada têm pra ofertar!
Mulher, um ser delicado, funciona 100%
se um homem for dedicado à casa e ao casamento!?!?

E desligar a TV, por favoooooor!!!!!!

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21/07/2006
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores nº 20958